quinta-feira, 11 de abril de 2013

Luiz Fux teria participado de outras reuniões com integrantes do PT antes de ser Ministro


José Dirceu não foi o único réu do mensalão a quem o ministro Luiz Fux sinalizou absolvição. Ainda no governo Lula, quando iniciou sua campanha para obter a indicação à cadeira do STF, o ministro reuniu-se com João Paulo Cunha (PT-SP). Testemunha da conversa, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), à época líder do governo, conta que Fux referiu-se ao processo nos seguintes termos: ‘Esse assunto eu mato no peito porque eu conheço. E sei como tratar.’

Em notícia de dezembro de 2012, a repórter Mônica Bérgamo já havia revelado os encontros de Fux com Dirceu e João Paulo. Nessa época, Vaccarezza confirmara ter participado de uma conversa. Mas negara-se a revelar falar o teor. Eis o que dissera o deputado: “Participei de uma reunião que me parecia fechada. Tinha um empresário, tinha o João Paulo. Sobre os assuntos discutidos, preferia não falar.”

Nesta quarta (10), depois que José Dirceu acusou Fux de submetê-lo a “assédio moral” e de prometer que iria absolvê-lo no jugamento do mensalão, Vaccarezza sentiu-se à vontade para falar. Disse que, no diálogo com João Paulo, o hoje ministro do Supremo chegou mesmo a sinalizar como daria tratos ao processo do mensalão. “Levou a mão ao peito e desceu em direção à barriga.”

Lula deixou o governo sem formalizar a indicação. Coube a Dilma Rousseff enviar Fux ao STF. Para surpresa do petismo, o ministro foi, depois do relator Joaquim Barbosa, o julgador mas severo. Entre os réus que condenou estão Dirceu e João Paulo.Procurado, mandou a assessoria dizer o seguinte: “Ministro do Supremo não polemiza com réu”. Erro. Não se trata de polemizar com réus, mas de explicar o porquê de ter confraternizado com eles.

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