sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Produção e Disponibilidade de alimentos

plenario discutindo os emcaminhamento

 Delegação do RN e seu estande
 Pedro Alves Representou a Região Central
Prenaria de aprovação das propostas discutidas

1. A Produção de alimentos - Numa conjuntura marcada pelo
aumento da renda familiar, tanto no campo quanto na cidade, a tendência é de
elevação da demanda por alimentos no País. Contudo, o ritmo de crescimento da
produção agrícola em grande medida destinada à exportação é muito superior
ao da produção de alimentos destinados ao consumo interno. No período 1990-
2008, a produção de cana-de-açúcar cresceu 146% e a de soja, 200%, enquanto
o crescimento da produção de feijão foi de 55%; de arroz, 63%; e de trigo, 95%.
 
2. A área plantada dos grandes monocultivos avançou consideravelmente
em relação à área ocupada pelas culturas de menor porte, mais comumente
direcionadas ao abastecimento interno. Apenas quatro culturas de larga
escala (milho, soja, cana e algodão) ocupavam, em 1990, quase o dobro da área
total ocupada por outros 21 cultivos1. Entre 1990 e 2009, a distância entre a
área plantada dos monocultivos e estas mesmas 21 culturas aumentou 125%,
sendo que a área plantada destas últimas retrocedeu em relação a 1990. A
monocultura cresceu não só pela expansão da fronteira agrícola, mas também
pela incorporação de áreas destinadas a outros cultivos.
 
3. O pacote tecnológico aplicado nas monoculturas em franca expansão levou
o Brasil a ser o maior mercado de agrotóxicos do mundo. Entre as culturas que
mais os utilizam estão a soja, o milho, a cana, o algodão e os citros. Entre 2000
e 2007, a importação de agrotóxicos aumentou 207%. O Brasil concentra 84%
das vendas de agrotóxicos da América Latina e existem 107 empresas com
permissão para utilizar insumos banidos em diversos países. Os registros das
intoxicações aumentaram na mesma proporção em que cresceram as vendas
dos pesticidas no período 1992-2000. Mais de 50% dos produtores rurais que
manuseiam estes produtos apresentam algum sinal de intoxicação.
 
4. A estratégia das grandes empresas inclui a disseminação de organismos
geneticamente modificados (OGMs) vinculados à venda de pesticidas.
Como o custo para investimento em novos princípios ativos é muito alto, há
uma tendência à formação de oligopólios entre as empresas produtoras de
agrotóxicos. O Brasil é o segundo maior plantador de sementes geneticamente
modificadas do mundo e tende a ser o maior pagador de royalties decorrentes
da utilização de sementes de soja geneticamente modificada.
 
5. A agricultura familiar responde por boa parte da produção de alimentos
do País, destinando quase a totalidade de sua produção ao mercado interno,
contribuindo fortemente para garantir a segurança alimentar e nutricional dos
brasileiros: em 2006, os agricultores familiares forneciam 87% da produção
ncional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café, 34%
do arroz, 21% do trigo, 58% do leite de vaca e cabra, e 59% do plantel de suínos,
50% de aves e 30% dos bovinos. Além disso, absorve 75% de toda a população
ocupada em estabelecimentos agropecuários no País (16,5 milhões de pessoas).

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