quarta-feira, 30 de julho de 2014

Produtores elaboram propostas


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Vinícius Menna
Repórter

A Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern) vai apresentar no dia 26 de agosto um documento com propostas para o desenvolvimento da agropecuária do RN aos três candidatos que estiverem mais bem colocados nas pesquisas para o Governo do Estado. Os pontos que constarão no documento foram discutidos ontem por representantes do setor durante o seminário “O Que Esperamos do Próximo Governo”, organizado pela Federação. Entre as propostas estão a interligação das bacias hidrográficas do RN, a construção de um novo porto, a ampliação da assistência técnica rural, entre outros pontos.
Emanuel AmaralVieira lembra que um dos pricipais pleitos do setor é a interligação de bacias hidrográficas para combater efeitos da secaVieira lembra que um dos pricipais pleitos do setor é a interligação de bacias hidrográficas para combater efeitos da seca

Esta é a segunda edição do seminário, que foi realizado pela primeira vez em 2010 e também repassou as demandas do setor aos candidatos do pleito naquele ano. De acordo com o presidente da Faern, José Vieira, técnicos da Federação visitaram produtores pelo interior do Estado por dois meses para identificar as dificuldades que atrapalham o desenvolvimento da agropecuária no Rio Grande do Norte.

Um dos principais pleitos do setor é a interligação das bacias hidrográficas potiguares. “Isso é muito importante para garantir que, na hora em que o rio São Francisco chegar, essa água não seja perdida”, ressaltou o presidente da Faern.

José Vieira destacou ainda a necessidade de um novo porto para escoar a produção, do fornecimento de assistência técnica de qualidade, que acompanhe de forma contínua os produtores, além de pontos como educação e segurança para que o homem do campo possa ter qualidade de vida no interior do Estado, reduzindo a possibilidade de evasão do meio rural.

“O acesso ao crédito é outro ponto. Existe uma burocracia grande para que os produtores tenham acesso ao crédito. E os processos de licenciamento ambiental também tem muita burocracia”, diz José Vieira.

Com a seca, diversas culturas tiveram queda na produção, como mostram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), entre 2011 e 2012, o feijão, por exemplo, registrou queda de 94%. Outros produtos como a fava (99%), o milho (94%) e o sorgo (92%) também tiveram números negativos.

“O Rio Grande do Norte já foi o maior exportador de camarão do país, mas não é mais. O Estado também já teve destaque na produção de castanha, mas não tem mais. A seca não explica tudo. Nós tivemos dificuldade de gestão”, afirma José Vieira. 



Obras

Presente no seminário, o professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e ex-subsecretário da Pesca do Rio Grande do Norte, Antônio-Alberto Cortez, destaca que entre os principais gargalos que afetam o setor estão a falta de obras estruturais. 

“Temos estradas deficitárias, um sistema portuário deficitário, uma malha ferroviária pífia, sem interligações com as demais regiões produtoras do Brasil. Nós sofremos muito com a falta dessa questão de logística”, destacou.

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