segunda-feira, 6 de maio de 2013

Para não envelhecer, mel

Isaac Ribeiro - Repórter

Além de possuir em sua composição ferro, magnésio, vitaminas do complexo B, C, E e D, cálcio, fósforo, entre outros, e de ter ação bactericida, anti-séptica, cicatrizante e ser fonte de energia, além de um adoçante natural, o mel também tem poder anti-envelhecimento. Isso devido à presença de substâncias antioxidantes e estimulantes do crescimento.
Alex RégisEstudo identifica substâncias antioxidantes na composição do mel, capazes de agir contra o envelhecimento das células do corpoEstudo identifica substâncias antioxidantes na composição do mel, capazes de agir contra o envelhecimento das células do corpo

Essa propriedade foi comprovada em um estudo sobre a qualidade do mel do Rio Grande do Norte, realizado por Edna Aroucha, engenheira agrônoma e professora da Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa), de Mossoró.

O mapeamento qualitativo do nosso mel foi realizado entre 2009 e 2012, nas regiões Oeste e Central, com o produto de abelhas das espécies indígenas e africanizada, e mostrou o teor de composto fenólico e flavonóides, antioxidantes que combate o envelhecimento das células.

“A ingestão diária de mel na alimentação é um hábito de pessoas de vários países. É saudável por trazer benefícios, pois contém proteínas, diversos sais minerais, vitaminas essenciais bem como substâncias fenólicas”, confirma Edna Aroucha.

Ela comenta ainda ser o mel bastante calórico, tanto quanto o açúcar, porém não mais por possuir 20% de água em sua composição. Seu açúcar, porém, é diferente do tipo comercial, já que cerca de 90% a 95% dele  é glicose e frutose, enquanto o outro é 100% sacarose.

Se você tem problemas com a balança, é bom saber que o tão apreciado produto das abelhas pode não ser um aliado, pois possui 3.395 calorias por quilo, de acordo com a autora do estudo. “Por isso, deve ser consumido com cautela.”

Não é de hoje que a humanidade usa o mel em busca de suas benéficas para a saúde. Civilizações antigas o consideravam um alimento sagrado. Há evidências de seu uso desde a pré-história, inclusive com referências em pinturas rupestres. Ele também é mostrado em pinturas do Egito Antigo, Grécia e Roma.

E há também provas arqueológicas. Em escavações realizadas em Nápoles, Itália, num templo do século VI aC, foram encontradas várias ânforas com mel em perfeito estado de conservação. Os romanos, eram ávidos consumidores e usavam-no para conservar peixes e frutas.   

Ação rejuvenescedora não é consenso

Nem todos concordam com as propriedades antienvelhecimento do mel. A médica Sônia Umbelino, especialista em Medicina Anti-Aging, afirma discordar completamente de tais qualidades.

Ela acredita que muitas vezes o mel é confundido com outros produtos das abelhas, como o pólen e a geleia real, que apresentam composições bem diferentes — proteínas, lipídeos, carboidratos, vitaminas, enzimas, substâncias minerais... “e até mesmo hormônios, que desenvolvem ações fisiológicas importantes.”

Ela ainda ressalta propriedades da própolis. “Apresenta propriedades antibióticas, cicatrizantes e anti-inflamatórias, e já é utilizado classicamente como fitoterápico, principalmente em inflamações da garganta”, comenta Sônia.

O fato de o mel ser composto basicamente de açúcares e água — sendo 80% de frutose e glicose e 10% de sacarose e maltose — preocupa a especialista em anti-aging. “Todos açúcares. Portanto deve ser consumido com cuidado e orientação. Estimular o consumo excessivo do mel  pode ser  perigoso, pois pode levar o indivíduo até mesmo ao diabetes! Óbvio que se comparado ao açúcar, o mel ganha!”

Afirma isso justificando ser o açúcar um produto industrializado, refinado, cheio de aditivos químicos como o enxofre e alumínio e repleto de calorias vazias (sem nutrientes). “Este deveria ser banido da nossa alimentação!”

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