sexta-feira, 5 de abril de 2013

Líder de bancada critica MP, mas admite mudar a PEC 37

Embora não detalhe que tipo de ajuste irá propor para alterar a Proposta de Emenda Constitucional 37, que impede o Ministério Público de investigar, o líder do PT na Câmara dos Deputados, deputado federal José Guimarães, afirmou que a bancada só irá liberar a votação após algumas mudanças. O deputado petista aponta que a postura do Ministério Público Federal, ao "manter tenso o diálogo com o Congresso", dificulta a "construção de um entendimento".
Júnior SantosDeputado José Guimarães, ao centro, participa da reunião do Conselho Nacional de ProcuradoresDeputado José Guimarães, ao centro, participa da reunião do Conselho Nacional de Procuradores

Durante palestra na reunião ordinária do Conselho Nacional dos Procuradores Gerais de Justiça, evento que ocorreu ontem em Natal, o líder do PT na Câmara afirmou que o Ministério Público Federal não quer conversar com o PT, o que interdita o diálogo” para analisar a PEC 37. José Guimarães confirmou que há uma pressão no Congresso Nacional para a proposta ser votada, no entanto, garantiu que o compromisso do PT e do presidente da Câmara, o deputado federal Henrique Eduardo Alves, é votar apenas após a "modulação" do projeto.

O deputado definiu como "hiato" a falta de conversa entre o Ministério Público e o Congresso. "Falta diálogo, é uma visão (dos promotores) de que tudo que é da política é má  e outra (visão dos políticos) de que tudo que vem da justiça não presta", disse o deputado, afirmando ainda que o Ministério Público Federal se nega a conversar com o PT.

"Quando há conversa entre as duas instituições é o presidente da Câmara com o presidente do Senado. O procurador geral não recebe parlamentar", observou, defendendo a "desinterdição". Ele chegou a comparar a relação do Congresso com o Ministério Público Federal como "dois galos de briga". "A PEC 37 é um dos aspectos da falta de diálogo. É uma dificuldade qualquer pauta do judiciário. Há um confronto permanente entre o Ministério Público Federal e os parlamentares", ressaltou. O deputado federal do PT defendeu a manutenção do poder de investigação do Ministério Público e ressaltou que é preciso acabar com o cenário de  inimizade entre políticos e promotores. 

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