sexta-feira, 8 de março de 2013

Conclave para escolher o próximo papa começará na terça-feira

FOLHA DE S. PAULO

FELIPE SELIGMAN
BERNARDO MELLO FRANCO
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADOS ESPECIAIS A ROMA


O conclave que escolherá o próximo chefe da Igreja Católica Romana começará na próxima terça-feira (12). O anúncio foi feito na tarde desta sexta, pelo Vaticano. O processo deverá ser iniciado logo após a missa matinal.
"A oitava congregação geral do Colégio de Cardeais decidiu que o conclave para a eleição do papa começará terça-feira, 12 de março de 2013. De manhã, na Basílica de São Pedro, será celebrada a missa 'pro eligendo Pontifice' e, de tarde, [ocorrerá] o ingresso dos cardeais em conclave", afirmou o Vaticano, em comunicado.

Entenda como funciona o conclave

O encontro que definiu a data foi a sétima congregação preparatória do conclave e contou com a participação de 153 dos 207 membros do Colégio Cardinalício. Deste número, 115 eram de cardeais eleitores, ou seja, estarão isolados, na Capela Sistina, a partir de terça, para escolher o próximo papa.
Só dois cardeais com direito a voto não participarão da eleição do novo Papa: o indonésio Julius Riyadi Darmaatmadja, por motivos de saúde, e o escocês Keith O'Brien, que renunciou por motivos pessoais após reconhecer condutas sexuais impróprias nos anos 1980.
Lalo de Almeida/Folhapress
Cardeais chegam para reunião de preparação para o conclave no Vaticano
Cardeais chegam para reunião de preparação para o conclave no Vaticano

Na sessão da manhã desta sexta, 18 cardeais falaram, por isso que o número de purpurados que discursaram nestes cinco dias de congregação já soma mais de cem. Os purpurados analisaram o papel da mulher na Igreja, o diálogo inter-religioso, a bioética e a misericórdia.

Durante o conclave, os cardeais ficarão hospedados na Casa de Santa Marta (Domus Sanctae Marthae), dentro do Vaticano. Os quartos de Santa Marta serão sorteadas, com o objetivo de que os cardeais "não possam escolher ao vizinho de quarto" e de que não haja preferências por uns ou outros.
Para garantir o secretismo do encontro, haverá rigorosos controles para evitar que alguma informação seja passada ao exterior.
Cada cardeal precisará jurar não revelar os detalhes do conclave sob pena de excomunhão.

PAPÁVEIS

Segundo o jornal italiano "Corriere della Sera", há uma clara divisão entre os cardeais da Cúria, que trabalham na maquinaria da Santa Sé, no centro de escândalos e denúncias de tráfico de influências, e os do resto do mundo, que suspeitam que tudo é decidido com antecedência.

Os cardeais italianos, que constituem o bloco mais numeroso e influente, com 28 votos no conclave, preparam uma estratégia para recuperar o prestígio perdido como grandes mediadores e administradores da Cúria após as revelações do caso Vatileaks, afirma o jornal "La Repubblica".

Mas os cardeais italianos estão divididos: uns apoiam o arcebispo de Milão, Angelo Scola, considerado um reformista, e outros o brasileiro Odilo Scherer, o "homem forte" da comissão de vigilância do Banco do Vaticano, de acordo com o jornal.

"Afirma-se que a Cúria Romana apoia o brasileiro Odilo Pedro Scherer, de 63 anos, arcebispo de São Paulo, que contaria com o apoio de um Secretário de Estado 'sólido' como o italiano Mauro Piacenza ou o argentino Leonardo Sandri", sustenta o jornal.

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