sexta-feira, 22 de março de 2013

A desaceleração da atividade petrolífera no Rio Grande do Norte tem provocado a demissão de centenas de trabalhadores e afetado a economia do estado

Andrielle Mendes - Repórter Tribuna do Norte

A desaceleração da atividade petrolífera no Rio Grande do Norte tem provocado a demissão de centenas de trabalhadores e afetado a economia do estado. Só o Sindicato dos Petroleiros homologou 1.130 demissões de terceirizados da Petrobras entre janeiro de 2012 e fevereiro de 2013. O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil homologou 1,5 mil demissões de pedreiros, carpinteiros, serventes, soldadores que prestavam serviço para a estatal, entre outubro de 2012 e fevereiro deste ano.
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O setor de Transportes Rodoviários também sofreu baixas. O Sindicato que representa a categoria homologou 258 demissões de terceirizados da Petrobras nos últimos 13 meses e espera novas homologações para os próximos dias. "Todas as 12 empresas associadas ao nosso Sindicato estão com funcionários de aviso prévio", informou Francisco de Assis de Medeiros, presidente do Sintrom. Todas as demissões foram registradas em Mossoró, principal polo produtor de petróleo. A demissão dos terceirizados já repercute no mercado.

A taxa de ocupação dos hotéis caiu até 55% nos últimos dois anos, afirma João Sabino, hoteleiro e diretor do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes de Mossoró. "Em janeiro não havia petroleiro - pessoa que trabalha na indústria de petróleo - hospedado em nenhum dos 11 hotéis de Mossoró. Antes só o meu hotel hospedava entre 30 e 40 terceirizados", compara Sabino.

Com a desaceleração da atividade, a clientela de Sabino, formada sobretudo por terceirizados da Petrobras, sumiu. "O meu hotel já teve a melhor taxa de ocupação do estado. Hoje deve ter a pior. Todo mês cai a nossa ocupação. O que nos mantém é o faturamento dos outros hotéis da rede, que estão fora de Mossoró", diz o hoteleiro.

A tendência, segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Mossoró, Alexandrino Lima, é que a situação piore. "Restaurantes, supermercados e farmácias devem ser os próximos a sentir os efeitos", prevê. 

Segundo o diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas de Mossoró, Elviro Rebouças, o número de empresas que prestavam serviços para a estatal em Mossoró caiu pela metade nos últimos anos. "Antes, existiam 80 empresas. Hoje o número não deve ultrapassar 40".

Depois de uma série de reuniões com os setores afetados, a Prefeitura de Mossoró começou a elaborar um projeto que apontará novos rumos para as empresas terceirizadas. A ideia é evitar novas demissões e amenizar o impacto na economia. A prefeitura vai sugerir que as empresas que antes prestavam serviço para a Petrobras migrem para a cadeia de energia eólica e auxiliar no redirecionamento das atividades. "O problema é real", afirma o subsecretário de Trabalho, Turismo, Indústria e Comércio, Segundo de Paula

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