sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Agropecuaristas reclamam de burocracia nos bancos

Sara Vasconcelos - Repórter

Mais de seis meses após publicado o decreto de emergência devido a seca no Rio Grande do Norte, a liberação de crédito para o setor produtivo ainda se configura como entrave para a recuperação do agronegócio no estado.
Júnior SantosMunicípio de Caicó, RN: seca em 2012 é apontada como uma das piores dos últimos anos no EstadoMunicípio de Caicó, RN: seca em 2012 é apontada como uma das piores dos últimos anos no Estado

Durante audiência pública realizada ontem, na Assembleia Legislativa, sobre as consequências da estiagem, representantes do setor cobraram agilidade na desburocratização para acesso ao crédito e lamentaram o alto índice de desemprego na atividade.

A Federação da Agricultura e Pecuária do RN (Faern) apresentou, em maio, uma série de pedidos ao Governo Estadual e Federal, entre eles, a desburocratização para o acesso ao crédito. "Se o crédito é emergencial deve ser sumário, para salvar o setor, não justifica a burocracia, a restrição, a demora", disse o presidente da Faern, José Álvares Vieira.

O estado de emergência, acrescentou  Galvão Freire, da Agência de Desenvolvimento do Seridó (Adese), deve ir além da disponibilização de recursos. "As ações devem ser sobrepostas a burocracia exigida em condições normais, do contrário não há necessidade do decreto", disse.

A exigência de documentos, projetos e avais, somado ao endividamento rural, impede que os produtores consigam recursos para quitar dívidas e recuperar o fôlego.

O diretor do Banco do Nordeste Sérgio José de Souza, que também participou do encontrou, explicou que para dar maior celeridade a liberação das linhas de financiamento foi instalado um fórum de encontro entre o banco, projetistas e agricultores para avaliar, semanalmente, os pedidos. "Ocorre um grande número de pendências, documentos errados, insuficiente, que acabam atrasando a aprovação", disse.

Em relação aos agricultores familiares, por outro lado,  o BNB tem uma atuação mais ampla. Ao todo, após o decreto, já foram contratadas 11.432 operações no Pronaf com cerca de R$ 84 milhões já executados.

Os produtores reclamaram ainda do atraso na entrega de 60 toneladas de milho das 93 destinadas ao Estado. O desemprego é outro problema.

De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, de janeiro a setembro deste ano houve uma queda de cerca de mil postos de trabalho na área rural, se comparado ao mesmo período do ano passado.

Nenhum comentário: