quarta-feira, 16 de maio de 2012

Dilma demonstra irritação após receber críticas públicas de prefeitos

Ao participar da abertura da Marcha dos Prefeitos, nesta terça-feira, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff ouviu duras críticas da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e parece ter se incomodado com as queixas dos prefeitos. Segundo o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, "o que existe hoje não é uma parceria, é montaria", referindo-se à relação entre a União e os municípios.
Os principais pontos criticados por Ziulkoski foram as equiparações de pisos salariais para diferentes categorias profissionais e os restos a pagar. O presidente da CNM ponderou a importância das medidas macroeconômicas do governo, mas criticou o desenvolvimento social do País.
"Essas dívidas tem de ser sanadas, saneadas, mas temos dívida muito maior que é a social, somos a sexta economia do mundo, mas em que posição estamos na educação, na saúde? Essa dívida social cabe a nós, basicamente", indagou Ziulkoski.
A presidente demonstrou irritação com a cobrança pública. Logo após o discurso, ela e o presidente da CNM, sentados lado a lado, pareciam travar uma conversa mais dura. Enquanto Ziulkoski falava, os ministros se mostravam constrangidos.

Em seu discurso, no entanto, Dilma seguiu o roteiro previsto e falou da importância dos municípios e de programas federais, como o Bolsa Família. O ponto que parece ter mais incomodado a presidente foi a crítica que Ziulkoski fez às construções de creches. "Eu reitero: nós não pouparemos esforços para creches para crianças de 0 a 3 anos", disse em uma das várias oportunidades.
Na fala do presidente da CNM, ele calculou que o projeto sai caro para os municípios. "A senhora, com belo programa para construir 6 mil creches, a senhora vai gastar para isso R$ 4,5 bi e elas vão recepcionar 1 milhão de crianças. Vamos fazer esse gerenciamento, acontece que recebemos do Fundeb uma média (de repasse de) R$ 260 por criança (...) e estamos colocando R$ 400 por criança, então vamos investir por ano R$ 4,4 bilhões", disse.
Na saída do evento, a presidente travou uma conversa não muito amistosa, com direito a dedo em riste voltado

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